No dia 24 de Agosto de 2020 foi comunicado à Rede de Arrojamentos de Cetáceos do Arquipélago da Madeira (RACAM), coordenada pelo Museu da Baleia da Madeira, o arrojamento de um golfinho pintado (Stenella frontalis) na ribeira da janela, infelizmente a necropsia não pôde ser efectuada logo após a recolha. O animal foi congelado e em Janeiro deste ano foi finalmente necropsiado.
Durante a necropsia verificou-se que o estômago do animal continha uma massa de plásticos com cerca de 1kg composta por vários sacos, linhas de nylon e uma extensão de manga plástica com alguns metros de comprimento. Todo este material formava uma massa compacta que obstruía completamente a primeira câmara do estômago do golfinho, e apesar da existência de alguns restos de presas de muito pequenas dimensões pôde-se concluir que esta obstrução do trato digestivo conduziu à morte do animal.
Estes casos são, felizmente, ainda raros na nossa região sendo esta apenas a 3ª ocorrência deste tipo (uma em 1996 e outra em 2009). Apesar disso esta quantidade de plástico num animal que ocupa o topo da cadeia alimentar demonstra, mais uma vez, o perigo que o lixo-marinho representa para os animais marinhos e é também, um bom exemplo de que este é um problema global e que não acontece só longe da região.