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- Publicado em 15 fevereiro 2018
Este início de ano, a RACAM (Rede de arrojamentos de cetáceos do arquipélago da Madeira) deu continuidade ao seu trabalho, tendo início com a comunicação, no dia 17 de Janeiro, da presença do que se pensou ser um Golfinho-Roaz (Tursiops truncatus) morto, a cerca de uma milha da costa a Sul do Cabo Girão. Mobilizados os recursos do Museu da Baleia da Madeira, encontrou-se o animal no dia 18 à tarde e verificou-se que se tratava de um indivíduo sub-adulto de Baleia de Bico de Blainville (Mesoplodon densirostris). A recolha do animal foi feita com a inestimável ajuda, tanto da Câmara Municipal de Câmara de Lobos como da Tecnovia Madeira que possibilitaram o acesso ao estaleiro marítimo da localidade. Numa colaboração, fruto do Projeto Marcet, do qual o Museu da Baleia é parceiro, a necrópsia a este espécime raríssimo foi efetuada por uma equipa composta por duas Veterinárias do Instituto Universitário de Saúde Animal da Universidade de Las Palmas - Gran Canária e dois biólogos do Museu da Baleia. Aguardam-se ainda os resultados aos testes efetuados às amostras recolhidas, mas assume-se que a causa preliminar de morte tenha sido por abalroamento de uma embarcação.
No dia 27 de Janeiro, chegou a informação de que estava um golfinho arrojado na praia do Paul do Mar. Dada a impossibilidade por parte da RACAM de efetuar a recolha, nesse dia, os Agentes da Polícia Marítima que acorreram ao local, recuperaram a carcaça e trouxeram-na para o entreposto frigorífico da lota do Funchal, onde ficou até ser recolhida pelos elementos do Museu, na segunda feira, 29 de Janeiro. Este animal era uma cria de Golfinho Riscado (Stenella coeruleoalba) e a necrópsia revelou que teria arrojado ainda vivo após um ataque de um outro animal não identificado e terá morrido em consequência de uma paragem cardíaca.
Enquanto se processava a recolha no entreposto frigorífico do Funchal, recebemos nova chamada. Desta vez do Porto Santo, a dar conta de um arrojamento de um golfinho com cerca de 2 metros. Novamente, dadas as circunstâncias, o animal foi recolhido pelos serviços da Câmara Municipal do Porto Santo e pelos Agentes da Polícia Marítima no local e transportado até à lota onde foi conservado a aguardar transporte para a Madeira. O Golfinho (ainda não identificado) foi transportado pelo ferry da Porto Santo Line na primeira data possível e aguarda a disponibilidade dos elementos da RACAM para ser necropsiado.
Assim, no mês de Janeiro foi registado um número de arrojamentos incomum mas sem aparente relação entre os casos, o que a nosso entender, não é motivo para preocupação.
O Museu da Baleia da Madeira, coordenador da RACAM, gostaria de agradecer a todas as pessoas e instituições que colaboraram nestes arrojamentos, aproveitando para relembrar que em caso de arrojamento deve ser contactada a Rede de Arrojamento de Cetáceos do Arquipélago da Madeira através do nº 92 4432091.
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