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Rede de Arrojamentos de Cetáceos
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As grandes baleias, da sub-ordem Misticete utilizam estes mares de passagem ou sazonalmente, onde alguns indivíduos permanecem por períodos de vários meses. Têm sido observadas baleias comuns, baleias tropicais e baleias sardinheiras em alimentação e, para as duas primeiras espécies, foi confirmada a presença de crias nestas águas.

Baleia-franca ou Baleia-basca

Nome comum: Baleia-franca, Baleia-basca ou Baleia-da-biscaia
Nome tradicional na Madeira: Raituel
Nome científico: Eubalaena glacialis (Müller, 1776)
Nome comum (inglês): Northern Right Whale

Comprimento adultos - 17m / Crias - 4m

Peso adultos - 90 000kg
Baleia-franca ou Baleia-basca

Baleia-franca
Características diagnosticantes:

Corpo muito largo e arredondado, sem barbatana dorsal. Coloração geral do corpo cinzento escuro a preto, com possíveis manchas brancas na região ventral.
Cabeça com calosidades esbranquiçadas e com a linha de contorno da boca fortemente arqueada.
Mostra a barbatana caudal quando mergulha

Ecologia:
Ocorre preferencialmente em águas costeiras e pouco profundas, contudo, pode ser também observada ao largo. Tende a formar grupos relativamente pequenos, entre 2 e 12 indivíduos. São nadadores lentos e efectuam mergulhos de pouca profundidade que não ultrapassam os 20 minutos de imersão. Com uma dieta especializada em microplâncton, preferem consumir copépodes. Evitam o consumo de peixes e grandes invertebrados.

Estatuto de Conservação (IUCN) - Global / Regional:
Espécie em perigo / Não avaliada.
O "Stock" do Atlântico Norte está considerado em perigo. População do Atlântico Noroeste estimada em poucas centenas de indivíduos adultos. A população do Atlântico Nordeste é considerada quase extinta.

Estatuto Legal de Protecção:
Espécie protegida legalmente através do Decreto Legislativo Regional Nº 6/86/M; Directiva Habitat - Protecção rigorosa (anexo IV); CITES (anexo I); Convenção de Bona - em perigo (anexo I) ; Convenção de Berna - Estritamente protegida (anexo II).

Ameaças:
Afogamento acidental em artes de pesca e colisões em locais de elevado tráfego marítimo. Desconhecidas na Madeira.

Distribuição geral:
A sua actual distribuição restringe-se, sobretudo, às águas frias e temperadas das costas do Atlântico Noroeste

Presença na Região: Rara
A única observação documentada desta espécie nas águas da Madeira remonta a 27 de Fevereiro de 1967, quando uma fêmea e cria foram capturadas pela Empresa Baleeira do Arquipélago da Madeira (EBAM).

Ocorrência ao longo do ano: Indeterminada

Baleia-azul

Nome comum: Baleia-azul
Nome tradicional na Madeira: Finbeque
Nome científico: Balaenoptera musculus (Linnaeus, 1758)
Nome comum (inglês): Blue Whale

Comprimento: adultos - 25m / Crias - 7m

Peso: adultos - 120 000kg

Baleia-azul

Baleia Azul
Características diagnosticantes:
Grande corpulência, com corpo muito alongado.
Barbatana dorsal minúscula, situada na parte posterior do corpo perto do pedúnculo caudal.
Coloração geral do corpo cinzento-azulado.
Cabeça larga em forma de U. Quando emerge mostra a parte de cima da cabeça e o espiráculo.
Espiráculo proeminente.
Sopro estridente e muito alto, até aos 10 m de altura.

Ecologia:
Ocorre em todos os mares desde águas costeiras a oceânicas. São normalmente solitárias ou formam, no máximo, pares. São nadadores lentos mas podem atingir os 16 nós quando perseguidas. Dieta especializada em crustáceos como o krill, ingerindo diariamente até cerca de 4 toneladas.

Estatuto de Conservação (IUCN) - Global / Regional:
Espécie em perigo / Não avaliada.
População do Atlântico Norte estimada em poucas centenas, máximo um milhar, de indivíduos adultos.

Estatuto Legal de Protecção:
Espécie protegida legalmente através do Decreto Legislativo Regional Nº 6/86/M; Directiva Habitat - Protecção rigorosa (anexo IV); CITES (anexo I); Convenção de Bona - em perigo (anexo I) ; Convenção de Berna - Estritamente protegida (anexo II).

Ameaças:
Redução drástica no tamanho original das populações, algumas até 99%, provocada pela caça que terminou oficialmente em 1966.
Afogamento acidental em artes de pesca e colisões em locais de elevado tráfego marítimo. Desconhecidas na Madeira.

Distribuição geral : Cosmopolita.

Presença na Região: Rara
Apesar de ter sido já observada algumas vezes, apenas em Abril de 2009 é que se confirmou a sua presença

Ocorrência ao longo do ano: Indeterminada

Baleia-comum

Nome comum: Baleia-comum
Nome tradicional na Madeira: Finbeque
Nome científico: Balaenoptera physalus (Linnaeus, 1758)
Nome comum (inglês): Fin Whale

Comprimento adultos - 20m / Crias - 6m

Peso adultos - 80 000kg

Baleia-comum

Baleia-comum
Características diagnosticantes:
Corpo muito alongado. Possui uma barbatana dorsal menos pronunciada que a baleia sardinheira e situada mais posteriormente.
Coloração do corpo cinzento-azulado escuro na região dorsal e barbatanas peitorais, e clara na região ventral.
Lábio inferior esquerdo é escuro e o direito é branco.
Quando emerge não é possível observar o espiráculo e a dorsal simultaneamente à superfície.
Quando mergulha não mostra a barbatana caudal mas arqueia o pedúnculo caudal.
Sopro vertical e muito alto, até aos 5 m de altura.

Ecologia:
Ocorre geralmente em águas oceânicas profundas e raramente é observada em zonas costeiras. São normalmente solitárias ou até grupos de 5 indivíduos. São nadadores rápidos, com médias de 9 nós. Dieta baseada em pequenos crustáceos planctónicos como os copépodes, pequenos peixes e cefalópodes.

Estatuto de Conservação (IUCN) - Global / Regional:
Espécie em perigo / Informação insuficiente.

Estatuto Legal de Protecção:
Espécie protegida legalmente através do Decreto Legislativo Regional Nº 6/86/M; Directiva Habitat - Protecção rigorosa (anexo IV); CITES (anexo I); Convenção de Berna - Estritamente protegida (anexo II).

Ameaças:
Afogamento acidental em artes de pesca e colisões em locais de elevado tráfego marítimo. No mar da Madeira há um caso de abalroamento por uma embarcação.

Distribuição geral:
Cosmopolita, mas mais frequente em águas temperadas e subpolares.

Presença na Região: Comum
Presença regular nas águas do arquipélago da Madeira. Foram observados animais acompanhados de crias e/ou em alimentação. Também foram testemunhadas interações entre estes animais e embarcações de pesca, designadamente, a roçarem o dorso no casco.

Ocorrência ao longo do ano: Sazonal definida
Frequente nos meses da Primavera e Verão. Observações esporádicas
em outros meses do ano.

Baleia-sardinheira

Nome comum: Baleia-sardinheira
Nome tradicional na Madeira: Finbeque
Nome científico: Balaenoptera borealis (Lesson, 1828)
Nome comum (inglês): Sei Whale

Comprimento adultos - 14m / Crias - 4m

Peso adultos - 25 000kg

Baleia-sardinheira

Baleia-sardinheira
Características diagnosticantes:
Corpo muito alongado. Possui a barbatana dorsal mais alta e situada mais anteriormente que as restantes baleias de barbas.
Coloração do corpo cinzento-azulado escuro na região dorsal e barbatanas peitorais, e clara na região ventral.
Quando emerge é possível observar o espiráculo e a dorsal simultaneamente à superfície.
Quando mergulha não mostra a barbatana caudal nem arqueia o pedúnculo caudal.
Sopro vertical até aos 3 m de altura.

Ecologia:
Ocorrem em todos os mares, sobretudo, em águas oceânicas. Podem ser vistos à volta de ilhas, mas raramente em qualquer outro lugar próximo de costa. Formam grupos de 2 a 5 animais. Em áreas boas para alimentação podem juntar-se até 30 individuos. Podem interagir com as embarcações. Dieta especializada em pequenos crustáceos planctónicos como os copépodes e também pequenos peixes como chicharros e sardinhas.

Estatuto de Conservação (IUCN) - Global / Regional:
Espécie em perigo / Não avaliada.

Estatuto Legal de Protecção:
Espécie protegida legalmente através do Decreto Legislativo Regional Nº 6/86/M; Directiva Habitat - Protecção rigorosa (anexo IV); CITES (anexo I); Convenção de Berna - Protegida (anexo III).

Ameaças:
Afogamento acidental em artes de pesca e colisões em locais de elevado tráfego marítimo. Desconhecidas na Madeira.

Distribuição geral:
Ocorre em todos os oceanos desde os trópicos até águas sub-polares. Apesar das suas migrações parecerem bastante
irregulares, crê-se passarem o Verão em latitudes elevadas e o Inverno mais próximos dos trópicos.

Presença na Região: Ocasional
O primeiro registo oficial desta espécie nas águas do arquipélago da Madeira foi obtido em 2002. Foram observados animais em alimentação nestas águas onde parecem permanecer durante um ou mais meses.

Ocorrência ao longo do ano: Sazonal definida
Frequente nos meses da Primavera e Verão. Poderão ser efectuadas observações esporádicas em outros meses do ano. A informação recolhida nos últimos dois anos para a espécie ainda é relativamente escassa, apesar de evidenciar um padrão sazonal.

Baleia-tropical ou Baleia-de-bryde

Nome comum: Baleia-tropical ou Baleia-de-bryde
Nome tradicional na Madeira: Finbeque
Nome científico: Balaenoptera edeni (Anderson, 1879)
Nome comum (inglês): Bryde's Whale

Comprimento adultos - 13m / Crias - 3,5m

Peso adultos - 18 000kg

Baleia-tropical ou Baleia-de-bryde

Baleia de Bryde
Características diagnosticantes:
Muito semelhante à baleia sardinheira.
Distingue-se pelo facto de possuir 3 cristas longitudinais no rostro e de arquear o pedúnculo caudal quando mergulha.

Ecologia:
Encontradas em áreas especialmente produtivas. São observadas isoladas ou em pares, formando com menor frequência grupos até sete animais. Em áreas de boa alimentação podem ser vistas até trinta baleias dispersas. Alimentam-se de pequenos peixes e, por vezes, de pequenos crustáceos planctónicos (e.g. krill). Não são conhecidos padrões de migração sazonal para esta espécie. Podem, no entanto, efectuar movimentos costa-largo. Podem interagir com as embarcações.

Estatuto de Conservação (IUCN) - Global / Regional:
Informação insuficiente / Não avaliada.

Estatuto Legal de Protecção:
Espécie protegida legalmente através do Decreto Legislativo Regional Nº 6/86/M; Directiva Habitat - Protecção rigorosa (anexo IV); CITES (anexo I); Convenção de Berna - Estritamente protegida (anexo II).

Ameaças:
Afogamento acidental em artes de pesca, colisões em locais de elevado tráfego marítimo e poluição. Desconhecidas na Madeira.

Distribuição geral:
Águas tropicais e temperadas quentes de todo o mundo, normalmente entre 35°N e 35° Sul. Pode ser observada esporadicamente a latitudes mais elevadas. No Atlântico Nordeste podem ser avistadas próximas da costa Nordeste Africana até o Estreito de Gibraltar.

Presença na Região: Ocasional
O primeiro registo oficial desta espécie nas águas do arquipélago da Madeira é de 2004. Foram observados animais em alimentação e deu à costa uma cria pequena, apontando para a utilização destas águas pelas fêmeas para darem à luz.

Ocorrência ao longo do ano: Indeterminada
A espécie tem sido observada entre Junho e Outubro, evidenciando uma ocorrência sazonal. No entanto, a existência apenas de observações de um ano (2004) não nos permite tirar conclusões.

Baleia-de-bossas ou Jubarte

Nome comum: Baleia-de-bossas, Jubarte ou Baleia-corcunda
Nome científico: Megaptera novaeangliae (Borowski, 1781)
Nome comum (inglês): Humpback Whale

Comprimento adultos - 14m / Crias - 3,5m

Peso adultos - 30 000kg

Baleia-de-bossa ou Jubarte

Baleia de Bossas
Características diagnosticantes:
Possui muitas protuberâncias arredondadas, nódulos ou bossas na cabeça e nas barbatanas peitorais, claramente visíveis quando o animal está à superfície.
Possui barbatanas peitorais muito compridas, até 1/3 do comprimento total do corpo.
Coloração do corpo preto-azul escuro na região dorsal, enquanto que pode ser clara ou escura na região ventral.
Quando mergulha arqueia fortemente o dorso e eleva a barbatana caudal totalmente fora de água.

Ecologia:
Habita geralmente águas costeiras, cruzando águas profundas durante a migração. São normalmente observadas em pequenos grupos. São curiosas com as embarcações e extremamente activas, saltando com muita frequência. Quando em águas frias, alimentam-se de crustáceos e de pequenos peixes, não ingerindo qualquer alimento durante os meses de reprodução.

Estatuto de Conservação (IUCN) - Global / Regional:
Vulnerável / Não avaliada.

Estatuto Legal de Protecção:
Espécie protegida legalmente através do Decreto Legislativo Regional Nº 6/86/M; Directiva Habitat - Protecção rigorosa (anexo IV); CITES (anexo I); Convenção de Berna - Estritamente protegida (anexo II).

Ameaças:
Redução de 95% no tamanho da população provocada pela caça que terminou oficialmente em 1966. Afogamento acidental em artes de pesca. Desconhecidas na Madeira.

Distribuição geral:
Espécie migratória que ocorre em todos os oceanos. Passa o Verão em áreas de alimentação localizadas em latitudes
elevadas, migrando no Inverno para áreas de reprodução localizadas em águas pouco profundas em volta de ilhas, bancos submarinos, ao longo de costas continentais e em regiões tropicais e subtropicais. As águas em redor das Ilhas de Cabo Verde constituem a área de reprodução conhecida do Atlântico Nordeste.

Presença na Região: Rara
Utiliza possivelmente as águas da região de passagem nas rotas de migração. Raramente observada nas águas do arquipélago da Madeira. Existem algumas observações e capturas de animais nos anos 50 e 60 do século XX pela Empresa Baleeira do Arquipélago da Madeira (EBAM) e dois avistamentos nos dois últimos anos.

Ocorrência ao longo do ano: Indeterminada
Poderá ser observada nas águas da região nos meses da Primavera quando em migração para latitudes mais elevadas e nos meses de Outono quando em migração para latitudes mais baixas.

Baleia-anã

Nome comum: Baleia-anã
Nome científico: Balaenoptera acutorostrata (Lacépède, 1804)
Nome comum (inglês): Minke Whale

Comprimento adulto: 9m / crias: 2,5m

Peso adultos: 8000Kg

Baleia-anã

Baleia-anã
Características diagnosticantes
  • Corpo muito alongado e cabeça muito pontiaguda.
  • As barbatanas peitorais têm uma faixa branca.
  • Coloração do corpo cinzento-azulado escuro na região dorsal e clara na região ventral.
  • Quando emerge é possível observar o espiráculo e a dorsal simultaneamente à superfície.
  • Quando mergulha não mostra a barbatana caudal.
  • Sopro baixo até aos 2-3 m de altura.

Ecologia:
Ocorre em águas oceânicas e costeiras, podendo entrar em estuários e baías. São normalmente solitárias, raramente mais de 3 indivíduos. São animais curiosos podendo, por vezes, aproximarem-se das embarcações. Animais oportunistas, alimentando-se desde pequenos peixes em cardumes até plâncton, designadamente Krill.

Estatuto de Conservação (IUCN) - Global / Regional:
Pouco preocupante / Não avaliada.

Estatuto Legal de Protecção:
Espécie protegida legalmente através do Decreto Legislativo Regional Nº 6/86/M; Directiva Habitat - Protecção rigorosa (anexo IV); CITES (anexo I); Convenção de Berna - Protegida (anexo III).

Ameaças:
Mortalidade directa, afogamento acidental em artes de pesca e colisões em locais de elevado tráfego marítimo. Desconhecidas na Madeira.

Distribuição geral:
Ocorre em todos os oceanos em águas tropicais, temperadas e polares. São avistadas preferencialmente próximo da costa e na plataforma continental. Podem atravessar águas profundas durante a migração.

Presença na Região: Rara
A distribuição desta espécie no Atlântico Nordeste não está bem documentada. Raramente é observada nas águas do arquipélago da Madeira. As observações são normalmente de animais solitários.

Ocorrência ao longo do ano: Indeterminada
Os poucos avistamentos e arrojamentos para a Madeira têm acontecido, sobretudo, no Verão.

 

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